quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vorazes vozes

Tecem sabores os fios das velozes
e espremidas vozes nas ondas do ar.
A teia que trama a trama do falar
É a que salta das veias, das vozes aflitas,
lanças surdas e ferozes.
Nem sequer percebem
que ferem os odores,
que estrangulam os olhares.

São ausentes palavras, sensatas,
constantes risos, secos,
e os retrozes que desenrolam,
das vozes, os fios da angústia, do sabor,
emaranhados,
nos pequenos ossos do ouvir.

Mas num único instante,
os olhares interiores,
paralizados diante das
surpresas gastronômicas
calam as vozes,
olham para o prazer,
para os talheres.
Os aromas penetrantes
expulsam as vozes e
fazem emergir o silencio
das almas, no jantar.

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