segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Contas

Eram de pérolas, as contas.
Tão pálidas...
Partiram-se do fio.
Uma a uma, caíram ao chão.
Caíram cheias de beleza,
cadenciadas,
numa dança ritmada.
Espalharam-se entre os aromas,
entre os suspiros e os espantos.
Desenharam linhas transparentes
e amarraram os olhares atentos.
Enfeitiçaram as rendas e as plumas
e seguiram intrepidamente ao chão.

Desprenderam-se do fio tênue.
Assim como as vidas se desligam do encanto.