Quantas ausências tenho Nos arames do varal Quantas almas tenho Espalhadas no avental. Quantas costuras tenho Nos avessos do vestido Quantas dobras tenho Nas pregas do tecido. Quantas mágoas tenho Assombrando meu quintal Quantas frases tenho Nos muros e no vendaval. Recolho as folhas na cesta de sisal. Refaço as dobras sem rumo. Repasso a vida que pulsa Cosida nos fios de prumo.